A trabalhador de carrocerias e semirreboques Randoncorp deu mais um passo em sua estratégia de expansão no setor financeiro – e, ao mesmo tempo, procurou destravar valor. A companhia anunciou um consonância com o Pátria Investimentos, que aportará até R$ 320 milhões nas operações de consórcio e seguros da Rands, sua plataforma de soluções financeiras.
Com a transação, o Pátria adquirirá uma participação de 20% na partilha de consórcios e seguros da Rands. O valor implícito da operação é de R$ 1,6 bilhão, o que equivale sobre 60% do market cap da Randoncorp, atualmente medido em R$ 2,9 bilhões.
A operação deixou clara a subvalorização dos papéis do grupo, segundo o time do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). “Gostamos da decisão da Randon de invocar um parceiro estratégico em um negócio subvalorizado para ajudar a fazê-lo crescer e desbloquear valor”, acrescentou o banco em relatório sobre a transação, apontando também a possibilidade do negócio transfixar caminhos mais novos M&As.
SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT direto no seu Whatsapp
Nesta terça-feira, as ações da Randon chegaram a subir 6%, para R$ 8,87, nas primeiras horas do pregão, com uma reação positiva do mercado para a transação.
O aporte é um movimento estratégico para solidificar a presença da Randoncorp no setor financeiro, principalmente com o propagação da Rands, que já é um dos maiores operadores independentes de consórcios e seguros no Brasil, afirma Daniel M. Ely, vice-presidente da Randoncorp e COO da Rands. Nos últimos três anos, a Rands cresceu em ritmo bastante veloz a uma taxa média de 45% ao ano.
“Em 2024, a Rands representou pouco mais de 6% da receita de todo o grupo. E o segmento de consórcios e seguros respondeu por 45% do negócio da Rands. Há grande potencial de propagação, que ganha ritmo mais intenso com a chegada do Pátria”, diz Ely.
No ano pretérito, a Rands comercializou R$ 8 bilhões em créditos de consórcios e fechou o ano com 102 milénio cotas ativas. Em seguros, o montante chegou a R$ 32 milhões em prêmios comercializados.
Para a transação, a empresa está criando uma companhia que deterá os negócios de consórcio e seguros. A Rands deterá 80% e o Pátria, 20%.
O investimento do Pátria acontece dentro da estratégia de High Growth da gestora. Em março deste ano, a gestora uniu a atuação da Kamaroopin e Igah, adquiridas em 2023 e 2022, respectivamente, para aportar cheques maiores justamente de olho em negócios que já têm reportado qualquer ritmo de propagação.
Com US$ 500 milhões sob gestão, a espaço é comandada por Pedro Melzer, que era da Igah, e Pedro Faria, que era da Kamaroopin.
O Pátria, conta Faria, já vinha acompanhando e estudando o setor de consórcios há murado de seis anos. “É um segmento resiliente. E mesmo o atual cenário de juros mais altos favorece o propagação do consórcio em relação aos financiamentos tradicionais”, diz Faria.
A atuação da Rands em consórcios de veículos pesados também foi um ponto que chamou atenção da gestora. A Rands é a maior nesse segmento, detrás unicamente de bancos grandes. A empresa também opera de forma “white label” para companhias de diversos setores produtivos, uma vez que a John Deere, de máquinas agrícolas.
A operação também deve substanciar a atuação da empresa no varejo. A empresa opera com as marcas RACON, voltada para a compra de veículos e imóveis, e a Yeah, voltada para consórcios digitais. De consonância com Ely, COO da Rands, a chegada do Pátria reforça a expansão do negócio nessa frente, pela expertise da gestora, que tem em seu portfólio a Consorciei.
A transação ainda precisa passar pela aprovação do Parecer Administrativo de Resguardo Econômica (CADE) e do Banco Médio do Brasil, com previsão de fechamento entre setembro e novembro deste ano.
