Por que a China está comprando burros no mundo? Entenda a febre do Ejiao, o impacto na espécie e por que a criação não é solução

Publicado em
28/04/2025 às 19:46

China está comprando burros globalmente para produzir ejiao, uma gelatina tradicional. A demanda crescente prenúncio a espécie e justificação problemas sociais e econômicos em vários países.

A China está comprando burros em grande graduação no mercado internacional desde 2010. Essa procura intensa e crescente coloca o bicho em risco de extinção em várias regiões, principalmente na África.

Mas por que esse interesse específico nos burros? A resposta está em um produto tradicional chinês chamado ejiao, feito a partir da pele do bicho.

Ejiao: a gelatina de imbecil milenar cobiçada pela China

Ejiao

O ejiao (lê-se “ê-jiau”) é uma gelatina tradicional. É produzida com o colágeno encontrado na pele dos burros. Seu uso na China remonta a milênios, principalmente na medicina tradicional. Historicamente, era um remédio dispendioso e restrito às cortes imperiais. Acreditava-se que fortalecia o sangue, melhorava o sono e equilibrava energias.

— ARTIGO CONTINUA ABAIXO —

Pesquisas mais recentes mencionam outros supostos benefícios. Entre eles: retardar o envelhecimento, aumentar a libido e facilitar em tratamentos contra o cancro. Hoje, o ejiao é extremamente popular na China. É encontrado em tônicos, cápsulas, cremes cosméticos e até provisões, porquê bolos e frutas cobertas com a gelatina.

O impacto global da procura chinesa por burros

O consumo de ejiao disparou na China. Nos anos 90, a indústria precisava de muro de 200 milénio peles de imbecil por ano. Essa demanda era atendida pela produção interna chinesa. Atualmente, a urgência anual saltou para 4 a 6 milhões de peles.

Esse número representa muro de 10% da população mundial de burros. Se o ritmo continuar, a espécie pode ser extinta globalmente em menos de 10 anos. A própria população de burros na China caiu 76% desde 1992. Com a falta de animais no país, a China está comprando burros no exterior. Começou na Ásia, depois foi para México, Brasil e principalmente África.

Crise na África e Brasil: roubos e abate ilícito

A África concentra mais de 40% dos burros do planeta. Nesses países, os burros são vitais para a economia rústico. Servem para transporte de trouxa, arado de lavouras e proteção de rebanhos. A intensa procura pela China está comprando burros e fez o preço disparar.

Isso levou ao aumento do roubo desses animais. Bandidos roubam burros até de pequenas propriedades. Os animais são levados para abatedouros, muitas vezes clandestinos. A pele é retirada, seca e enviada em caixas para a China. Frequentemente, a carcaça do bicho é descartada, desperdiçando manjar.

A proibição do abate de burros na África e a situação no Brasil

A situação se tornou um problema econômico e de segurança. Governos começaram a agir. Em fevereiro de 2025, a União Africana aprovou a proibição do abate de burros para exportação de pele. A medida visa frear o declínio da população bicho e vale para os 55 países membros. No Brasil, uma situação parecida ocorreu.

Um harmonia com a China em 2012 regulamentou a exportação de peles. O abate cresceu tanto que a população de burros diminuiu mais de 60% entre 2017 e 2022. A Justiça chegou a proibir o abate na Bahia em 2018, mas a proibição foi derrubada em 2019. O Brasil hoje abastece a demanda chinesa por ejiao e a vietnamita por mesocarpo de imbecil.

Por que simplesmente não fabricar mais burros?

Se a pele do imbecil se tornou tão valiosa, por que não fabricar mais animais? A resposta é que a geração de burros em larga graduação não é economicamente viável. A gravidez é muito longa (muro de 12 meses). A média é menos de um filhote por ano por fêmea. A gravidez da poldra (que gera o imbecil ao cruzar com jumento) é delicada, com cocuruto risco de monstro.

Aliás, burros e mulas (fêmeas) são geralmente estéreis por serem híbridos. Isso impede a reprodução em volume sem o intercepção jacente de jumentos e éguas, que é dispendioso e demorado. Os burros também precisam de muro de 4 anos para que sua pele esteja apta para extração. O dispêndio de fabricar o bicho por tanto tempo (sustento, cuidados) ultrapassa o valor da pele.

Source link

Scroll to Top