Pesquisadores britânicos identificam rochas formadas em poucas décadas a partir de resíduos industriais — um alerta sobre o impacto apressurado da ação humana no meio envolvente e na geologia
Pesquisadores da Universidade de Glasgow identificaram na Inglaterra um fenômeno geológico impressionante. Por meio de uma moeda e uma aba de lata de refrigerante, eles descobriram rochas formadas em menos de quatro décadas. A formação rápida tem uma vez que justificação principal a atividade humana.
Novidade rocha feita por resíduos industriais
Segundo o estudo publicado em 10 de abril na revista Geology, a equipe encontrou em West Cumbria um novo tipo de rocha criado a partir de escória, um resíduo da indústria siderúrgica.
Os cientistas afirmam ser a primeira vez que se documenta e data completamente um “ciclo rápido de rochas antropoclásticas” em terreno. Esse ciclo incorpora materiais artificiais e se desenvolve de forma acelerada.
Gestão de resíduos pode estar atrasada
Amanda Owen, coautora da pesquisa, explicou que a invenção mostra que o tempo para gerenciar resíduos industriais é muito mais pequeno do que se imaginava.
“Quando o material residual é depositado pela primeira vez, ele está solto e pode ser movimentado conforme necessário. Nossa invenção mostra que não temos tanto tempo quanto pensávamos para encontrar um sítio para depositá-lo, onde tenha impacto mínimo no meio envolvente. Em vez disso, podemos ter unicamente algumas décadas antes que ele se transforme em rocha, o que é muito mais difícil de gerenciar”, afirmou.
Um litoral moldado pela indústria
O sítio da invenção, Derwent Howe, na Cúmbria Ocidental, abrigou indústrias siderúrgicas pesadas durante os séculos XIX e XX. Essas atividades geraram tapume de 27 milhões de metros cúbicos de escória, que formaram penhascos artificiais ao longo da costa. Owen e seus colegas notaram formações incomuns nesses penhascos, o que motivou a pesquisa.
Processo procedente apressurado pela ação humana
Em análises realizadas em 13 pontos diferentes da costa, os cientistas constataram que a escória de Derwent Howe contém depósitos de cálcio, magnésio, ferro e manganês.
A exposição desses elementos à chuva do mar e ao ar pela erosão costeira gera cimentos naturais uma vez que brucita, calcita e goethita. Esses compostos são os mesmos que unem rochas sedimentares naturais, mas geralmente em processos que levam milhares ou milhões de anos.
Evidência física do tempo geológico encurtado
Owen destacou que o mais notável é o pequeno tempo necessário para a formação da rocha. “Descobrimos que esses materiais artificiais foram incorporados a sistemas naturais e se tornaram litificados – essencialmente, transformando-se em rocha – ao longo de décadas”, explicou.
A equipe comprovou a rapidez do processo ao encontrar objetos modernos presos nas rochas. Entre eles, estavam uma moeda do Rei George V, de 1934, e uma tampa de lata de alumínio datada de 1989. Esses achados permitiram confirmar a cronologia do fenômeno.
Possíveis implicações globais e ambientais
O coautor David Brown sugeriu que o processo de formação rápida de rochas pode estar ocorrendo em outros depósitos de escória costeiros no mundo todo.
Uma vez que a escória reúne os ingredientes necessários para a geração de rochas quando exposta ao envolvente marítimo, esse ciclo apressurado pode não ser individual da Inglaterra.
Owen alertou que o surgimento rápido de rochas pode impactar profundamente os ecossistemas, tanto terrestres quanto marinhos. Outrossim, a formação de novas rochas pode modificar a maneira uma vez que as costas enfrentam o aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos.
Ela destacou ainda que os modelos atuais de gestão de erosão e adaptação às mudanças climáticas não levam em conta esse novo fator.
No porvir, a equipe planeja expandir as pesquisas para outros depósitos de escória, reforçando que a ação humana está acelerando não somente o clima, mas também processos geológicos que antes levavam eras para suceder.
Com informações de Xataka.