
Publicado em
01/05/2025 às 11:02
As ações da Petrobras (PETR4) registram desvalorização acumulada de 16,8% em 2024. O desempenho fraco tem gerado preocupação entre os investidores. Os resultados do quarto trimestre de 2024 não agradaram o mercado, e cresce a expectativa em torno do balanço do primeiro trimestre de 2025, previsto para 12 de maio.
Impacto da guerra tarifária entre EUA e China
Ruy Hungria, crítico de dividendos da Empiricus Research, aponta que o principal fator por trás da queda das ações é a guerra tarifária entre Estados Unidos e China.
Embora o petróleo não tenha sido incluído nas tarifas, o setor foi afetado. No dia 2 de abril, posteriormente proclamação de novas tarifas por Donald Trump, os papéis da estatal caíram bruscamente.
Segundo Hungria, o problema está nos efeitos econômicos indiretos. As tarifas podem originar uma desaceleração nos países envolvidos, reduzindo a demanda por petróleo.
“Cai a geração de riqueza de uma maneira universal, as pessoas começam a lucrar menos numerário e os países começam a ter menos renda disponível. No final, você acaba reduzindo entre outras coisas o consumo de petróleo”, explica.
Petróleo mais barato reduz margem da Petrobras
A queda no preço do petróleo afeta diretamente o lucro da estatal. Com o dispêndio de produção do barril se mantendo, a queda no valor da commodity pressiona as margens de lucro. Isso coloca em incerteza a capacidade da Petrobras de continuar pagando dividendos elevados.
Hoje, o petróleo Brent é negociado em torno de US$ 62. Segundo Hungria, esse patamar ainda permite que a empresa gere caixa. Mas ele ressalta: “Nas nossas contas ela consegue gerar um pouco de caixa até o petróleo permanecer um pouco supra dos US$ 50. Aquém disso, começa a ser um cenário mais negativo, que é pouco provável”.
Petrobras segue no radar dos investidores de dividendos
Mesmo diante das incertezas, Hungria ainda vê a Petrobras uma vez que uma boa opção para quem procura proventos. Todos os meses, ele seleciona as cinco melhores ações da bolsa brasileira com foco em dividendos.
A Petrobras é uma das escolhidas. O objetivo é encontrar empresas maduras, com capacidade comprovada de gerar caixa livre e partilhar lucros de forma sustentável ao longo do tempo.
Com informações de Empiricus.