Colaboração entre Ford e Volkswagen pode resultar em novos modelos compactos elétricos que podem redefinir o mercado europeu, trazendo uma provável versão atualizada do Fiesta, adaptada às novas exigências de sustentabilidade e inovação tecnológica.
O Ford Fiesta, um dos compactos mais populares da história automotiva europeia, pode lucrar uma sobrevida graças a uma inusitada associação com a Volkswagen.
A especulação gira em torno do uso da plataforma MEB Entry da montadora alemã — base de futuros modelos elétricos urbanos, uma vez que o ID.1 e o ID.2 — que poderia ser compartilhada com a Ford para desenvolver um novo carruagem compacto, possivelmente um substituto direto do Fiesta.
A queda nas vendas da Ford na Europa tem forçado a montadora a buscar alternativas para manter relevância no mercado.
Em 2024, a empresa vendeu 426.307 veículos nos 27 países da União Europeia, além de Reino Unificado, Noruega, Islândia, Liechtenstein e Suíça.
O número representa um recuo de 87.174 unidades em relação a 2023, diminuindo sua fatia de mercado para 3,3%.
O início de 2025 também não foi promissor: de janeiro a março, houve um recuo de 1,9% na demanda, em verificação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Parceria com a Volkswagen reacende esperanças
Para contornar a perda de competitividade, a Ford tem investido em carros elétricos desenvolvidos em colaboração com a Volkswagen.
Essa estratégia já gerou frutos uma vez que o SUV Explorer, uma releitura do VW ID.4, e o recém-lançado Capri, fundamentado no ID.5.
Ambos são produzidos na vegetal de Colônia, na Alemanha, uma vez que secção de um projeto ávido de eletrificação do portfólio europeu da Ford.
A colaboração não deve parar por aí.
De negócio com Martin Sanders, encarregado de vendas e marketing da Volkswagen — e ex-CEO da Ford Europa — a parceria tem sido “muito, muito, muito bem-sucedida”.
Em entrevista à revista britânica Auto Express, ele afirmou que o negócio pode ser expandido, deixando em desobstruído a possibilidade de novos projetos conjuntos: “Não descartamos novas oportunidades para compartilhar tecnologias”, disse.
Essa enunciação acendeu especulações sobre o renascimento do Fiesta — ou de um protótipo semelhante — usando a base dos elétricos compactos da Volkswagen.
O movimento também poderia contemplar uma novidade geração do Ford Ka, alinhada com as demandas por mobilidade urbana sustentável e com emissão zero.
A difícil verdade dos modelos atuais
Apesar dos lançamentos conjuntos, os frutos da associação entre Ford e Volkswagen ainda enfrentam obstáculos.
A produção dos modelos Explorer e Capri teve o ritmo desacelerado em 2024, poucos meses posteriormente o início da fabricação.
A justificativa da Ford foi a “rápida deterioração das condições de mercado para veículos elétricos”.
A certeza reflete a instabilidade do setor, que enfrenta subida nos custos de produção, desaceleração nas vendas e infraestrutura de recarga ainda deficiente em muitas regiões da Europa.
Os números comprovam o repto:
Unicamente 1.919 unidades do Ford Capri foram comercializadas em 2024 — e a produção começou em setembro.
Até março de 2025, foram 2.511 Capris vendidos, enquanto o VW ID.5, com o qual compartilha a base, registrou 3.611 unidades no mesmo período.
O desempenho aquém do esperado levanta dúvidas sobre a receptividade dos consumidores europeus a esses modelos eletrificados compartilhados.
Ford ganha com a graduação da VW — e vice-versa
Para a Volkswagen, a associação traz benefícios além dos carros de passeio.
A Ford ainda detém força considerável no mercado de veículos comerciais — um segmento estratégico para ambas as montadoras.
O novo Transporter, por exemplo, zero mais é do que um Transit com logotipo da VW.
Já a novidade geração da picape Amarok compartilha a mesma base da Ringir.
Na América do Sul, a Volkswagen ainda vende a Amarok de projeto próprio, mas já articula substituí-la por um novo protótipo desenvolvido em parceria com a chinesa SAIC.
A estratégia de “badge engineering” — quando diferentes marcas utilizam os mesmos projetos com leves alterações — tem se tornado cada vez mais geral em um setor que procura graduação e redução de custos.
Nesse cenário, a cooperação técnica entre Ford e Volkswagen representa uma escolha robusta às tradicionais fusões e aquisições, mormente em tempos de transição energética.
Um novo Fiesta elétrico seria viável?
Embora a Ford ainda não tenha confirmado oficialmente o retorno do Fiesta, o cenário atual favorece um relançamento do compacto em versão elétrica, desempenado com as exigências ambientais da União Europeia.
Vale lembrar que a legislação europeia prevê a proibição da venda de carros a esbraseamento até 2035, o que acelera a corrida por alternativas sustentáveis.
A novidade geração do VW Golf elétrico, prevista para o término da dezena, também utilizará a moderna plataforma SSP do Grupo Volkswagen.
Em um pretérito não tão distante, imaginar um Ford usando a mesma base de um Golf pareceria impensável — hoje, essa verdade não só é provável uma vez que também pode ser estratégica para ambas as marcas.
Com a suspensão do Focus e do Mondeo, e diante das dificuldades para emplacar seus novos elétricos, a Ford parece ter percebido que unir forças é melhor do que lutar sozinha.
E a Volkswagen, de sua secção, ganha fôlego ao expandir o uso de suas plataformas, aproveitando-se da capilaridade e da tradição da Ford em mercados específicos.
O porvir da mobilidade depende de alianças
A eventual volta do Ford Fiesta — agora uma vez que um carruagem elétrico desenvolvido com tecnologia alemã — simboliza um novo capítulo da indústria automotiva global.
Mais do que nostalgia, o renascimento do compacto pode simbolizar uma resposta jeitoso e eficiente às demandas por carros urbanos acessíveis, sustentáveis e adaptados às novas exigências dos consumidores.
Se concretizado, o projeto poderá furar caminho para uma novidade leva de veículos elétricos acessíveis, pensados para cidades densas e voltados ao público jovem.
A era dos carros elétricos não será dominada exclusivamente por SUVs robustos e de elevado dispêndio, e parcerias uma vez que essa são fundamentais para lastrar o mercado.
E você, acha que o retorno do Fiesta em versão elétrica pode ocupar os motoristas europeus e brasileiros novamente? Compartilhe sua opinião nos comentários!