Em um dia geral, os pensamentos saltam de um tema a outro — listas de compras, prazos, músicas repetitivas. Mas, em certos momentos, eles cessam completamente, ficando com a mente em branco.
Essas pausas são conhecidas uma vez que “mente em branco“. Apesar de serem reconhecidas no dia a dia, também foram, muitas vezes, vistas uma vez que lapsos de memória.
Um novo estudo orientado por Thomas Andrillon e colegas propõe um pouco dissemelhante. A mente em branco pode ser um estado consciente nobre e quantificável.
Um vazio dentro da consciência
Normalmente, a mente é comparada a um rio em regular fluxo de pensamentos — lembranças, planejamentos, reflexões. Sempre se acreditou que um pouco estivesse circulando nesse fluxo. Porém, esse novo estudo sugere que, às vezes, o rio simplesmente seca.
Pesquisadores tratavam a mente em branco uma vez que segmento da divagação mental, aqueles momentos de distração em que os pensamentos se desviam da tarefa atual. Mas Andrillon e seus colegas propõem que o branqueamento mental é um pouco separado.
Na divagação, há pensamentos presentes, mesmo que desconectados. No branqueamento, não há pensamento qualquer.
Pessoas relatam sentir-se mais sonolentas e lentas durante o branqueamento. Também são mais propensas a cometer erros. Estima-se que passamos entre 5% e 20% do tempo acordados nesse estado, percebendo ou não.
Esses episódios aparecem mais durante tarefas repetitivas, posteriormente noites mal dormidas ou posteriormente exercícios físicos intensos. As pistas são sutis: lapsos de atenção, esquecimento de informações e silenciamento repentino do solilóquio interno.
Diversos tipos de apagamento mental
Segundo o estudo, existem vários tipos de branqueamento mental. Algumas pessoas entram nesse estado deliberadamente, uma vez que ocorre durante práticas de reflexão.
Outras chegam lá involuntariamente. Em alguns casos, a pessoa percebe a mente em branco no momento em que acontece. Em outros, exclusivamente ao lembrar depois.
Esses brancos tendem a ser mais frequentes quando estamos cansados, sonolentos ou posteriormente esforço físico.
Em testes laboratoriais, foram associados a comportamentos mais lentos e reações mais demoradas. Mudanças fisiológicas também acompanham: a frequência cardíaca diminui e as pupilas se contraem.
Antoine Lutz, do Meio de Pesquisa em Neurociência de Lyon, destacou que o objetivo é entender melhor uma vez que o branqueamento mental se relaciona com outras experiências semelhantes, uma vez que estados meditativos.
O que acontece no cérebro durante o branco
Para estudar o fenômeno, os cientistas usaram exames uma vez que EEG e fMRI. Eles observaram um aumento de ondas lentas no cérebro, parecido com o início do sono, mesmo com os participantes acordados e responsivos. Isso foi descrito uma vez que “sono sítio” — uma espécie de desligamento parcial do cérebro enquanto o restante permanece desperto.
Pouco antes de a mente permanecer em branco, foram registradas mudanças: batimentos cardíacos diminuem, pupilas se contraem e a percepção do envolvente se torna difusa.
Quando os participantes eram instruídos a esvaziar suas mentes, áreas relacionadas à fala, memória e planejamento motor, uma vez que a dimensão de Broca e o hipocampo, mostravam desativação.
Ou por outra, os cientistas notaram uma conectividade mais uniforme entre as regiões cerebrais, dissemelhante do padrão geral, que é mais especializado. Essa informação igualitária pode estar ligada a níveis reduzidos de vigilância.
Curiosamente, nem todos os brancos ocorrem da mesma forma. Em alguns casos, picos de atividade neural nas regiões posteriores do cérebro precederam o apagamento. Isso indica que uma sobrecarga de pensamento rápido também pode levar ao estado de branco.
Os pesquisadores sugerem que a excitação cerebral — ou o nível de prontidão fisiológica — pode ser a chave para entender os diferentes caminhos que levam ao branqueamento mental. Quando a excitação é muito subida, há esgotamento. Quando é muito baixa, há sonolência. Em ambos os casos, a mente se aquieta.
Reflexões filosóficas sobre o vazio
O estudo também discute o branqueamento mental sob uma perspectiva filosófica. Pode um estado sem teor ainda ser uma experiência consciente?
Muitas tradições meditativas dizem que sim. Praticantes descrevem a “consciência pura” uma vez que a escassez de pensamento, mas com potente presença consciente.
Os pesquisadores traçam paralelos entre o branqueamento mental e esses estados meditativos, embora ressaltem diferenças: a reflexão é, em universal, deliberada, enquanto o branqueamento é muitas vezes involuntário.
Apesar dessas diferenças, a verificação é instigante. Ao contrastar diferentes formas de consciência, os cientistas buscam identificar as características que distinguem estados sem teor daqueles carregados de pensamentos.
Thomas Andrillon, responsável principal do estudo, enfatiza que a pesquisa é importante para desafiar a noção de que a mente acordada está sempre pensando. Ele também destaca uma vez que o branqueamento mental revela as diferenças individuais nas experiências subjetivas.
Estudo publicado em 24 de abril na revista Trends in Cognitive Sciences.